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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sistema vai monitorar qualidade da água dos principais rios do Brasil


Pedro Peduzzi, da Agência Brasil



A Agência Nacional de Águas (ANA) pretende implantar em todo o país, até 2015, um sistema padronizado de avaliação e monitoramento das águas. Com isso, terá condições de informar à sociedade o nível e o tipo de poluição das águas dos principais rios brasileiros. A avaliação também vai ajudar os governos federal e estaduais a identificar prioridades para as políticas públicas.

Serão investidos quase R$ 100 milhões no sistema, por meio do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA). De acordo com o especialista em recursos hídricos da ANA Paulo Libânio, serão gastos R$ 87 milhões com a implantação das redes de monitoramento e com o apoio às redes já existentes.

Ele explicou que laboratórios serão montados no âmbito de um trabalho de capacitação de técnicos nos estados. “Serão investidos mais R$ 4,8 milhões para equipar os estados e R$ 2,9 milhões para divulgar e tornar essas informações acessíveis ao público”, disse Libânio após o lançamento do PNQA, hoje (30) em Brasilia. “Nosso objetivo vai além do monitoramento. Com as avaliações que serão feitas, transformaremos dados em informações e as informações em conhecimento”.

A maior parte dos recursos virá do Orçamento Geral da União. Outra parte tem, como origem, acordos de cooperação técnica com organismos internacionais, entre eles, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

De acordo com o técnico da ANA, esse tipo de avaliação das águas já é feito “de forma competente” em 18 estados, “mas falta a participação de nove estados. A maioria fica na Região Norte, onde há poucos problemas com a qualidade da água”, disse Libânio, referindo-se ao Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, a Roraima, Rondônia e Santa Catarina.

Além de incluir esses estados na rede, serão estabelecidos critérios padronizados de monitoramento, o que facilitará a compreensão contextualizada e comparativa das informações obtidas. “Faltam parâmetros para que tenhamos uma visão nacional [sobre a qualidade da água dos rios brasileiros]”, afirmou Libânio.

Segundo ele, é possível que o prazo para a implantação dessa rede em todo o território nacional, inicialmente previsto para terminar em 2015, seja antecipado caso os estados aproveitem uma ferramenta lançada hoje pela ANA. “O Portal da Qualidade das Águas consolidará as informações disponíveis em 3,3 mil estações de monitoramento. Oferecerá mapas, parâmetros monitorados, informações sobre o índice de qualidade de rios, capacidade de absorção de carga orgânica, além de permitir o intercâmbio de conhecimentos, podendo ser utilizado inclusive por pesquisadores das universidades”.

“Além do poder público, nosso público alvo é também a sociedade, que poderá ficar mais vigilante. Universidades e a população em geral terão, no portal, condições de acessar as informações. Até porque elas estão dispostas em um formato bastante acessível. Quanto ao poder público, ele terá melhores condições de definir suas políticas de forma mais embasada”, explicou Libânio.

A ANA pretende divulgar em agosto um relatório sobre a situação dos 100 rios que apresentam mais pontos críticos no Brasil. Em 2009 foi divulgado um trabalho similar, com dados relativos a 2008. O relatório comprovou que os rios que passam pelas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador são os que apresentam situação mais crítica em relação à qualidade da água.

Um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo

O Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), organização com sede em Washington, lançaram na manhã quarta-feira de (30/6), a versão em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”. O documento é uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade.

Clique aqui para baixar o arquivo na íntegra.

Produzido pelo WWI, o “Estado do Mundo” traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais. Este ano, em parceria com a WWI, o Akatu fez a tradução do documento para o português.

Um dos dados que mais chama atenção no relatório é que ele aponta que apenas um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo. E conclui “sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.

Realizado no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, em São Paulo, o lançamento do anuário contou com um debate sobre o tema foco do relatório de 2010: “Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade”.

Participaram da discussão mediada por Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, Eduardo Athayde, diretor da WWI, Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu.

Erik Assadourian, diretor da pesquisa, participou do evento por teleconferência, a partir de Washington, nos Estados Unidos.

Barbosa começou parabenizando a iniciativa do Akatu e da WWI pelo “corajoso” desafio de editar um documento que relacione o consumo à cultura. “Foi o que mais me chamou atenção no relatório, pois, os vários exemplos citados, possibilitam juntar a cultura ao cotidiano das sociedades, fazendo com que o tema sustentabilidade saia das esferas dos governos e outras entidades e chegue è mesa da nossa cozinha”.

Abramovay revelou que já usa o relatório há muitos anos. “Em minhas aulas, eu cito dados dos relatórios sobre o estado do mundo para que meus alunos – que são os futuros economistas – saibam que é mundo não é feito apenas de números e preços. Ele é composto de outros fatores importantes como as pessoas e as fontes de recursos”.

O professor também chamou atenção para o cuidado que se deve ter ao discutir o consumo. Para ele, nem sempre as elevações dos padrões do consumo, sobretudo nos países mais pobres, significam mais impactos negativos sobre o uso dos recursos. “A troca do fogão à lenha por um que funcione a gás implica em impactos ambientais menores”, exemplificou.

Mattar concluiu recomendando a leitura do documento que considera "primordial" para todos aqueles que têm alguma intenção de cooperar com a preservação do planeta. “O material impulsiona a todos os que têm acesso a ele a agirem em benefício da Terra”.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Praia Grande sedia oficina sobre Ambiente e Socioeconomia


Neste sábado (3) acontece a segunda oficina de acompanhamento de projetos da Rede de Escolas Cuidando da Água. O evento compreende o projeto Rio do Nosso Bairro, desenvolvido pela Ecosurfi - Entidade Ecológica dos Surfistas, e será realizado na Escola de Educação Ambiental da Praia Grande.


O tema da vez é Ambiente e Socioeconomia, o segundo de um percurso de cinco eixos que estão servindo de fio condutor para o mapeamento participativo das comunidades. Para facilitar a oficina participarão a engenheira florestal Chris Godoy (Instituto Refloresta), o geógrafo Anuar Acras de Almeida e a educadora ambiental do Instituto 5 Elementos, Camila Mello. Eles conduzirão um debate sobre modelos de desenvolvimento e reprodução no cotidiano escolar, compartilhando experiências e meios de fomemtar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação ambiental.

Nesta atividade participam os professores da Baixada Sul (Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruibe). Esta mesma atividade para professores da Baixada Norte (São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga) aconteceu no último sábado (26 de junho), no Centro de Atividades Integradas (CAIS) da Secretaria de Educação de Santos.

O conteúdo que será apresentado como temas fortes são: características ambientais, sociais e econômicas da Baixada Santista, processos e modelos de desenvolvimento, impactos e conflitos socioambientais, grandes empreendimentos e comunidades.

Para gerar a reflexão nos momentos de partilha de idéias entre os participantes, a ementa sugerida vai desde o “Café com prosa” sobre desenvolvimento e sustentabilidade, até debates sobre e a industrialização do Brasil com imagens e propagandas – pressão econômica e sustentabilidade local, a Baixada Santista que conhecemos e alguns estudos de caso sobre os temas propostos.

A oficina acontece das 09hs às 17shs na  Escola de Educação Ambiental da Praia Grande que  fica na Rua Paulo Sérgio Garcia – Portinho/PG

Para maiores informações acesse a Comunidade Virtual da Rede de Escolas Cuidando da Água (www.riodonossobairro.org.br). Visite também o nosso “Diário de Bordo” (www.riodonossobairro.blogspot.com) ou ligue para (13) 3426-8138.